Já não postava há mais de um mês e acredito que os
milhares de seguidores do blog estão todos ansiosos por mais um dos meus posts incríveis
e fartinhos de ler os textos secantes do Pedro, mas vou seguir a linha dele e
fazer um artigo menos interessante para variar (vá Pedro, tou a gozar, não vás
tu deixar de postar e isto morrer).
Este post vai ser sobre o facebook e mais
especificamente sobre o novo perfil que brevemente vai ser adoptado pela rede
social.
Uma das alterações mais aguardadas é a introdução do
timeline. Mark Zuckerberg justificou a introdução desta nova ferramenta pelo
facto de apenas ser visível para os nossos amigos os últimos posts do nosso
mural e, para aceder aos posts mais antigos, é necessário correr uma série de
páginas. Com o timeline, vai ser possível aceder aos posts mais antigos, bem
como actualizações de estado, ou qualquer outra informação pública no facebook
de uma forma mais rápida e simples. Toda a informação vai estar organizada por
anos, e acessível a qualquer um que queira vê-la. É como que criar a história
da nossa vida social num álbum todo organizadinho.
De facto, pode ser algo engraçado ter a informação
toda organizada e, 5 ou 6 anos depois, dar uma vista de olhos no que nos ia na
mente, a música que ouvíamos, ou simplesmente o que se estava a passar 5 ou 6
anos antes. Mas será que isso é assim tão engraçado quando essa informação
passa a estar acessível não só para nós, para os nossos amigos, mas também para
as centenas de pessoas que temos adicionadas, como os conhecidos, ou mesmo os
Outros (ver post)?
Vou dar um exemplo: Eu nos próximos cinco anos, vou
actualizando o meu facebook com uma serie de coisas que não me importo de
partilhar, inclusive comentários, estados de espírito ou que quer que seja, e daqui
a 5 anos, uma pessoa que me é totalmente desconhecida neste momento passa a ser
minha amiga. Será que essa pessoa tem o direito de saber da minha vida
instantaneamente, mesmo sem ter feito parte dela? Esta situação pode tornar-se
mais “perigosa” e incómoda no caso de futuras relações amorosas. O que queremos
mostrar agora a determinadas pessoas, podemos não querer mostrar daqui a 5 anos
a outras pessoas.
Claro que toda a gente que possui uma conta numa rede
social, apenas coloca lá o que quer, e sabe, à partida, que essa informação
tornar-se-á pública, mas com a introdução do timeline as coisas tornam-se mais difíceis
de controlar.
Desta forma, e porque Lúcifer está sempre atento ao
que se passa, propõe a criação de um novo serviço de policiamento dos perfis,
em que a principal tarefa do polícia é controlar a nossa conta para assegurar
que as nossas amizades futuras apenas tenham acesso ao que realmente queremos. Sem
a criação deste serviço, só existem duas soluções: a) não adicionamos ninguém;
b) perdemos horas a controlar o que queremos mostrar.
O Mark Zuckerberg pode ser genial, mas se calhar
devia perceber que rede social ≠ vida real e que a aproximação entre
ambas só vai fazer com que o pessoal comece a eliminar contas.
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