sábado, 1 de outubro de 2011

Policebook


Já não postava há mais de um mês e acredito que os milhares de seguidores do blog estão todos ansiosos por mais um dos meus posts incríveis e fartinhos de ler os textos secantes do Pedro, mas vou seguir a linha dele e fazer um artigo menos interessante para variar (vá Pedro, tou a gozar, não vás tu deixar de postar e isto morrer).
Este post vai ser sobre o facebook e mais especificamente sobre o novo perfil que brevemente vai ser adoptado pela rede social.
Uma das alterações mais aguardadas é a introdução do timeline. Mark Zuckerberg justificou a introdução desta nova ferramenta pelo facto de apenas ser visível para os nossos amigos os últimos posts do nosso mural e, para aceder aos posts mais antigos, é necessário correr uma série de páginas. Com o timeline, vai ser possível aceder aos posts mais antigos, bem como actualizações de estado, ou qualquer outra informação pública no facebook de uma forma mais rápida e simples. Toda a informação vai estar organizada por anos, e acessível a qualquer um que queira vê-la. É como que criar a história da nossa vida social num álbum todo organizadinho.
De facto, pode ser algo engraçado ter a informação toda organizada e, 5 ou 6 anos depois, dar uma vista de olhos no que nos ia na mente, a música que ouvíamos, ou simplesmente o que se estava a passar 5 ou 6 anos antes. Mas será que isso é assim tão engraçado quando essa informação passa a estar acessível não só para nós, para os nossos amigos, mas também para as centenas de pessoas que temos adicionadas, como os conhecidos, ou mesmo os Outros (ver post)?
Vou dar um exemplo: Eu nos próximos cinco anos, vou actualizando o meu facebook com uma serie de coisas que não me importo de partilhar, inclusive comentários, estados de espírito ou que quer que seja, e daqui a 5 anos, uma pessoa que me é totalmente desconhecida neste momento passa a ser minha amiga. Será que essa pessoa tem o direito de saber da minha vida instantaneamente, mesmo sem ter feito parte dela? Esta situação pode tornar-se mais “perigosa” e incómoda no caso de futuras relações amorosas. O que queremos mostrar agora a determinadas pessoas, podemos não querer mostrar daqui a 5 anos a outras pessoas.
Claro que toda a gente que possui uma conta numa rede social, apenas coloca lá o que quer, e sabe, à partida, que essa informação tornar-se-á pública, mas com a introdução do timeline as coisas tornam-se mais difíceis de controlar.
Desta forma, e porque Lúcifer está sempre atento ao que se passa, propõe a criação de um novo serviço de policiamento dos perfis, em que a principal tarefa do polícia é controlar a nossa conta para assegurar que as nossas amizades futuras apenas tenham acesso ao que realmente queremos. Sem a criação deste serviço, só existem duas soluções: a) não adicionamos ninguém; b) perdemos horas a controlar o que queremos mostrar.
O Mark Zuckerberg pode ser genial, mas se calhar devia perceber que rede social ≠ vida real e que a aproximação entre ambas só vai fazer com que o pessoal comece a eliminar contas.

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