sábado, 18 de março de 2017

Wick

Lúcifer tem andado arredado dos posts, na verdade tem andado desaparecido. Que o diga Pedro Passos Coelho, que anunciou a sua chegada aos sete ventos, tal como o Pedro da história do lobo, contudo, até agora nem sinal do Diabo. Nem um olá Belzebu se dignou a dar, até hoje...

Acabei de ver o Jonh Wick e o que posso dizer do filme é que cumpriu completamente as minhas expectativas. Ou seja, é um filme sem história e com muita acção. Apresenta momentos de monumentais saraivadas de tiros, outros de precipitação, por vezes forte, de sangue. E claro, perseguições com carros, onde os bate-chapas esfregam as mãos de felicidade. 

Concluindo, Jonh Wick é daqueles filmes que não se pode devolver alegando que o argumento é constituído por matéria excrementícia, a história não é obviamente shakespeare. O objectivo é mesmo entreter e entregar ao espectador o prazer de ver derreter todos aqueles que se atravessam à frente de Wick. 

Algo curioso, sobre este tipo de filmes, one-man army, é que a narrativa normalmente segue sempre a mesma sequência cronológica: 

1. Há um tipo solitário e melancólico, que perdeu alguém próximo, ou que é um renegado, mas fez parte de um esquadrão assassino ou de um exército. Habitualmente no inicio do filme encontra-se caído em desgraça ou falido.

2. Entretanto alguém se mete com o tipo (dá o chamado pontatapé na colmeia), matando-lhe a mulher, raptando-lhe a filha ou dando com um taco de baseball no seu amado cachorro.

3. Neste momento o individuo fica irritado, irado, agitado, dominado por uma cólera idêntica à de quando se encontra o carro bloqueado pela EMEL. Entretanto, a personagem atravessa sempre um momento de pseudoresistência a pegar em armas, no entanto,  é certo que vai acontecer algo que o faz agarrar em todo arsenal que tinha escondido na cave, ou no paiol (não confundir com o ex-jogador do barcelona Puyol, peço desculpa) que estava enterrado no jardim já cheio de musgo.

4. Desata a matar toda a gente, mas ninguém lhe acerta. Os bandidos neste tipo de filmes parecem todos a minha avó antes de fazer a operação às cataratas, diria mais, parecem que têm a pontaria do Pizzi a jogar dardos. Nesta fase não percebo duas coisas. Primeiro, porque é que aparece um tipo "mau" de cada vez, ao invés de se juntarem todos para apanhar o "herói". E segundo, porque é que nunca disparam de longe, aproximam-se sempre (se calhar é por causa da falta de pontaria referida anteriormente) acabando inevitavelmente mortos que nem tordos. 

5. Magoa-se para dar algum realismo. Trata-se num sítio todo badalhoco com a ajuda de um veterinário ou de um médico bêbedo, ou trata de si próprio mordendo um pano e colocando vodka nas feridas para desinfectar.

6. Finalmente é apanhado, mas os tipos "maus" em vez de o matarem, não, prendem-no numa cadeira com umas cordas, cujos nós  nem um lobito dos escuteiros daria tão mal, normalmente num armazém abandonado. Evidentemente, que escapa, mata tudo e todos e foge com uma tipa que, em regra, é filha ou amante do cabecilha do gangue que o persegue.

7. Fim, Créditos e é isto...

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Provavelmente, o maior ícone de todos os tempos deste tipo de filmes foi o inigualável Chuck Norris (todos os campos de milho deviam ter um, não haveria passarada que se aproximasse). O homem está agora com 72 anos, no entanto, tenho a certeza que já rebentou com a velhice. Ou então pelo contrário, o homem que dizimou exércitos inteiros de vietnamitas sarnentos, agora tem incontinência, usa fralda e recebe ordens das enfermeiras num lar. Para terminar, deixo-vos com um conjunto de piadas ou melhor factos sobre o nosso amigo Chuck: