terça-feira, 1 de novembro de 2016

Santo Bruxedo


Hoje é o dia de todos os santos e amanhã é o dia dos fiéis defuntos, aka dia dos mortos. Este facto do nosso calendário não parece fazer qualquer sentido. Isto porque os santos, só o são depois de falecerem e após o reconhecimento pela Santa Fé. Ou seja, é necessário que alguém extremamente bondoso ou milagreiro estique o pernil, para que se possa candidatar a um lugar no altar ou num vitral com mais cor que um videoclip dos Village People. Conclui-se então, que sendo o morto a matéria-prima essencial para a produção final de um santo, teria toda a lógica realizar-se uma troca entre o dia 1 e o dia 2 de Novembro. Exige-se uma petição pública para colocar Santos e Mortos na sua respectiva ordem.


Ontem foi noite de bruxas, no entanto, a edição deste ano ficou marcada por um protesto. Segundo o que a agência Lúcifer conseguiu apurar, as bruxas estão contra a definição de um limite de alvarás para vassouras que este governo pretende definir. A ABVV (associação de bruxas verruguentas voadoras) declarou que se o diploma avançar irá realizar um protesto veemente, estando previsto o corte de estradas com gatos pretos e uma greve de macumbas. Do lado do governo está o Surfista Prateado, tendo este afirmado que com a quantidade de bruxas a voar no espaço aéreo português é praticamente impossível acudir o povo em caso de ataque de um meliante cósmico.



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Quando se fala de filmes clássicos do género de terror, é impossível não nomear Holloween de John Carpenter como um dos principais títulos. É um filme, que apesar de conter alguns elementos datados, ainda hoje consegue arrepiar, da ponta pés às pontas dos cabelos, o mais másculo dos estivadores. 

A narrativa decorre, como o título deixa transparecer, na noite de bruxas e conta a história de Mike Myers, um jovem que havia sido encarcerado num hospital psiquiátrico por alegadamente ter assassinado a sua irmã ainda quando era criança, e que consegue evadir-se para aterrorizar a sua cidade natal. 

Apesar das cenas conterem algumas falhas evidentes (o orçamento era muito baixo), a gestão do suspense e a banda sonora (criada pelo próprio Carpenter) são tetricamente magistrais, conseguindo criar um habitat natural perfeito para a actuação de um serial killer. Eis o trailer:




quinta-feira, 28 de julho de 2016

Pokemon Go é uma doença?

Uma nova epidemia parece ter atacado a população mundial e está a ter consequências sem precedentes. Denomina-se Pokemon Go (ler Pokemongo) e parece que tem raiz asiática. Ataca principalmente jovens, mas quando infecta adultos os seus efeitos são exponenciados.  Os principais sintomas desta doença são alienação do mundo real, podendo manifestar-se na observação de seres imaginários relativamente parecidos com animais comuns e uma repentina e injustificada vontade de andar. 

Apesar de parecer adormecida desde 1996, onde as suas estirpes azul, vermelha e amarela foram particularmente violentas, voltou em grande força neste verão. Os doentes são incapazes de largar o telemóvel e em estádios mais evoluídos, mesmo enquanto conduzem, procuram aprisionar seres imaginários com bolas Poké. Segundo alguns estudos já realizados, parece existir uma relação entre esta doença e a miopia, pois os casos registados incidem com maior frequência na população que usa óculos. 

A agência Lúcifer conseguiu uma declaração do pai de um miúdo infectado: "Ele sai de casa e diz-me que vai caçar pokemons, mas chega a casa e não me traz caça nenhuma. Nem uma lebre, nem um coelho ou tão pouco uma coderniz. Além disso, nunca o vi tão interessado em desporto, ele que só alçava o rabo do sofá para ir ao frigorífico agora sai várias vezes ao dia, a dizer que tem de ir ao ginásio."

Noutro registo, o PAN já se veio manifestar contra o jogo, pois considera a caça de Pokemons completamente desumana. Argumentam que a caça em si é um desporto primitivo e que o facto dos Pokemons ficarem aprisionados em Pokebolas, sem espaço e sem condições dignas, viola as leis básicas do respeito pelos animais. 

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De tempos a tempos gosto variar o género de série que vejo. O Anime não é claramente um tipo de série que conheça profundamente, mas de vez em quando gosto de mergulhar na loucura nipónica. Um bocado aleatoriamente escolhi uma série chamada Death Note. Nunca pensei que o título explicasse de forma tão literal o seu conteúdo, mas de facto o argumento gira à volta de um rapaz, aluno brilhante, que encontra um caderno perdido por um deus da morte, onde uma vez inscrito o nome de alguém, esse alguém morre passado 40 segundos. Imaginem que conseguíamos matar alguém desta forma, será que tentaríamos eliminar os criminosos do mundo?
 Parece completamente louco o conceito e realmente é. No entanto, toda a construção da acção é desenvolvida de forma fantástica e cada frase tem um peso enorme no desenrolar do enredo, sendo verdadeiras munições para voltas e reviravoltas. Eis o trailer:



domingo, 5 de junho de 2016

Quem vê rótulos, vê corações

Animada pela  feira do livro que está a decorrer, a "Lúcifer Edições" resolveu cuspir um texto para a blogosfera. O tema é a tecnologia móvel, mais precisamente as aplicações que ajudam a identificar  um serviço/produto. Portanto, o tema é atual e nada banal, interessante, embora neste blogue se possa tornar irritante.

Recentemente comecei interessar-me mais pela pinga. Calma, não me tornei alcoólico, mas a idade tem-me feito apreciar mais um bom vinho. E como leigo e profundo totó nesta matéria, tive alguma dificuldade na escolha de um vinho para me fazer companhia em determinada ocasião (já que as outras companhias nem a pagar). Então resolvi recorrer ao melhor e mais fiel amigo do homem (isto se houver wifi), o telemóvel, e descarreguei uma aplicação que através de uma simples fotografia ao rótulo de uma garrafa é possível aceder à opinião e ao rating de vários utilizadores, conseguindo desta forma uma opinião mais formada sobre a qualidade da "pomada".

Esta tecnologia fez-me pensar...

Imaginem que era desenvolvido um sistema semelhante para avaliar moças. Que através de uma simples foto seria possível obter informação no telemóvel de uma determinada rapariga. Rating dado por antigos namorados, se tinha cáries, se tinha herpes, se tinha feitio difícil, se era tolerante com as idas ao futebol com os amigos, o grupo sanguíneo, habilitações literárias, grau de safadeza, implantes mamários, número de horas perdidas em Zaras e afins, afabilidade, tolerância da sogra, etc, etc. Seria um grande avanço tecnológico. 

Além desta aplicação pensei numa para aqueles que recorrem aos serviços de acompanhantes (aka prostituição). Neste caso, a tecnologia seria semelhante à utilizada pela plataforma Uber. Por exemplo, um tipo que andasse na rua sem nada para fazer, podia ligar a net em seu telemóvel, aceder à aplicação Puber e  identificar as "mulheres da vida" que se encontrassem na zona, depois de escolhida era só escolher o Motel mais próximo, associar o cartão de crédito e pimba. 

Por fim, a última tecnologia que me lembrei que poderia revolucionar o futuro baseia-se num sistema de código de barras para discotecas para formar pares. Funcionaria da seguinte forma: Na fila para entrar na discoteca cada pessoa preenchia um teste com avaliação psicológica e com a indicação dos principais gostos e hobbies. Ao entrar era entregue o teste ao porteiro, que atribuiria a cada cliente um colete fluorescente com um código de barras indexado à base de dados com a informação previamente recolhida. Era ainda entregue a cada cliente um leitor de código de barras. Depois já dentro do recinto, era só ir passando com os leitores nos coletes. Os coletes que ficassem verdes significariam que se tratava de um match perfeito, os amarelos que poderia avançar mas com cuidado, os que ficassem vermelhos significava que de acordo com os dados recolhidos não iria dar certo uma eventual relação. Embora... as discotecas de hoje não sejam propriamente os sítios para encontrar o amor da vida, antes relações descartáveis. Onde está o  amor deste mundo? Bem, vou ligar o Puber...

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Devido a compromissos escolares e profissionais não tenho tido muito tempo para ver séries ou filmes o que me tornou muito mais seletivo. E dou-me por feliz, por ter encontrado uma série que encheu as medidas, Better Call Saul. Trata-se de um Spin-off da série Breaking Bad, onde é relatada a história do advogado Saul Goodman que tem a sua vida muito mal resolvida. A qualidade não reside no seu argumento, mas antes na forma como elae nos é servido. Eis o trailer:






sábado, 27 de fevereiro de 2016

Quem vai levar a(s) estatueta(s)?

Tal como no ano transacto, resolvi armar-me em cinéfilo e apostar no filme que irá receber o Óscar para melhor filme, bem como os vencedores das restantes categorias principais.

Para começar, irei subir uma escada, desde o filme que gostei menos, até ao que me encheu mais as medidas:

8-Room 
7-Brooklyn
6-Mad Max: Fury Road
5-The Martian
4-Bridge of Spies
3-The Revenant
2-The Big Short
1-Spotlight

Segundo os últimos rumores, a luta pela categoria rainha será a dois. O Óscar de melhor filme não deverá fugir a Spotlight ou a The Revenant. O segundo tem ganho mais força nas casas de apostas. 

Eu gostei mais de Spotlight.  Esta película em jeito de documentário, detalha de forma muito realista o trabalho desenvolvido pela equipa do Jornal Boston Globe, que desvendou e publicou um caso de pedofilia na igreja católica americana. Tem uma narrativa bem desenvolvida e consegue prender o espectador sem dificuldade e sem necessidade de recorrer a planos extravagantes. A forma como as pontas são capturadas e introduzidas ao longo do filme, quase que me transportou para o seio do jornal, fazendo-me sentir mais um elemento da equipa de investigação jornalística, entusiasmado pela busca frenética de evidências, essenciais para sustentar a peça a publicar. 

The Revenant é uma explosão sensorial! Iñárritu conseguiu mais uma vez ultrapassar-se. O seu desempenho atrás das câmaras é extraordinário. A quantidade de cenas filmadas num take só é impressionante.  O realizador penetrou-me a vista com paisagens gélidas do inverno rigoroso do norte da América, criando um certo desconforto intrínseco ao desenvolvimento da ação. Depois, há o desempenho de Leonardo DiCaprio, merecedor de Óscar, nem que seja pela quantidade atroz de porrada que o ator leva ao longo do filme. Todavia, não apreciei muito o argumento. Não vou explicar as razões porque teria de fazer spoil, mas para um filme que se queria cru do princípio ao fim, tem demasiado romance.

Restantes Categorias:
Melhor Realizador: Iñárritu
Melhor Actor: Leonardo DiCaprio
Melhor Actriz: Brie Larson
Melhor Actor Secundário: Christian Bale
Melhor Actriz Secundária: Rooney Mara
Melhor Argumento Original: Spotlight
Melhor Argumento Adaptado: The Big Short
Melhor Filme de Animação: Inside Out

Estas são as minhas previsões, se não acertar aqui, que ganhe o euromilhões. 





terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Carnaval pecado carnal

O Carnaval é um evento que a mim não me diz muito. Ou como diria o Hélio (ver no youtube "Sai da frente Guedes"), o Carnaval é cena que a mim não me assiste. Provavelmente sou um tipo bitolado e enfadonho.

A ideia que eu tenho do Carnaval em Portugal é que apenas serve de pretexto, para escancarar as portas do armário de muito bom homem. Basta ver a quantidade de matrafonas que anda por aí nestes dias. Ou é saída do armário, ou então é apenas sintomático do tão aclamado "desenrascanço" dos portugueses. Que deixam tudo para a última e quando se aproxima o entrudo, só têm tempo de ir às arcas das mães e avós buscar os trapos que foram o último grito da moda em 1970. Há quem ache piada as estas mulheres de buço e de leggins peludas, eu tento estar afastado a um raio de pelo menos 5km de distância e de preferência a tomar um refresco de cevada. 

Também se assiste um pouco por todo o país ao plágio do Carnaval brasileiro. No entanto, trata-se de uma cópia saída da China, pois enquanto o entrudo brasileiro parece saído de uma televisão a cores, o nosso parece saído de um projeção de diapositivos a preto-e-branco. O nosso Carnaval à brasileira é uma mistura entre feira de enchidos e cabaret. Feira de enchidos, tendo em conta a quantidade de presuntos e couratos à mostra e a saltitar e cabaret levando em consideração as plumas que se envergam. Mas desde que não chova o corso sai à rua e alegria fica no ar.  Principalmente, porque é uma das poucas oportunidades até ao Verão, de ver/mostrar umas pernocas e na época que se segue, a da quaresma, o pecado da carne fica ainda mais limitado. 

Ao contrário da pirataria carnavalesca do entrudo à brasileira, os caretos e os cabeçudos tradicionais em algumas localidades, despertam-me algum interesse. Primeiro, porque são verdadeiramente assustadores e depois porque é uma tradição engraçada. Segundo a lenda, surgiram quando o Benfica começou a ter o domínio futebolístico em Portugal e os primeiros cabeçudos das equipas derrotadas foram aparecendo.

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Ultimamente, tenho dedicado algum do meu tempo, a visionar todas as películas do agente secreto mais conhecido do mundo, esse mesmo, 007-James Bond. O filme da série que vi mais recentemente foi o Live and Let Die, 1973, o primeiro com Roger Moore. Não sendo o melhor da saga, Live and Let Die, tem um bom ritmo e cenas de ação de cortar a respiração. Destaco a música homónima do filme de Paul McCartney e uma maneira eficiente de despir uma mulher:




Por favor arranjem-me um relógio destes: