domingo, 5 de junho de 2016

Quem vê rótulos, vê corações

Animada pela  feira do livro que está a decorrer, a "Lúcifer Edições" resolveu cuspir um texto para a blogosfera. O tema é a tecnologia móvel, mais precisamente as aplicações que ajudam a identificar  um serviço/produto. Portanto, o tema é atual e nada banal, interessante, embora neste blogue se possa tornar irritante.

Recentemente comecei interessar-me mais pela pinga. Calma, não me tornei alcoólico, mas a idade tem-me feito apreciar mais um bom vinho. E como leigo e profundo totó nesta matéria, tive alguma dificuldade na escolha de um vinho para me fazer companhia em determinada ocasião (já que as outras companhias nem a pagar). Então resolvi recorrer ao melhor e mais fiel amigo do homem (isto se houver wifi), o telemóvel, e descarreguei uma aplicação que através de uma simples fotografia ao rótulo de uma garrafa é possível aceder à opinião e ao rating de vários utilizadores, conseguindo desta forma uma opinião mais formada sobre a qualidade da "pomada".

Esta tecnologia fez-me pensar...

Imaginem que era desenvolvido um sistema semelhante para avaliar moças. Que através de uma simples foto seria possível obter informação no telemóvel de uma determinada rapariga. Rating dado por antigos namorados, se tinha cáries, se tinha herpes, se tinha feitio difícil, se era tolerante com as idas ao futebol com os amigos, o grupo sanguíneo, habilitações literárias, grau de safadeza, implantes mamários, número de horas perdidas em Zaras e afins, afabilidade, tolerância da sogra, etc, etc. Seria um grande avanço tecnológico. 

Além desta aplicação pensei numa para aqueles que recorrem aos serviços de acompanhantes (aka prostituição). Neste caso, a tecnologia seria semelhante à utilizada pela plataforma Uber. Por exemplo, um tipo que andasse na rua sem nada para fazer, podia ligar a net em seu telemóvel, aceder à aplicação Puber e  identificar as "mulheres da vida" que se encontrassem na zona, depois de escolhida era só escolher o Motel mais próximo, associar o cartão de crédito e pimba. 

Por fim, a última tecnologia que me lembrei que poderia revolucionar o futuro baseia-se num sistema de código de barras para discotecas para formar pares. Funcionaria da seguinte forma: Na fila para entrar na discoteca cada pessoa preenchia um teste com avaliação psicológica e com a indicação dos principais gostos e hobbies. Ao entrar era entregue o teste ao porteiro, que atribuiria a cada cliente um colete fluorescente com um código de barras indexado à base de dados com a informação previamente recolhida. Era ainda entregue a cada cliente um leitor de código de barras. Depois já dentro do recinto, era só ir passando com os leitores nos coletes. Os coletes que ficassem verdes significariam que se tratava de um match perfeito, os amarelos que poderia avançar mas com cuidado, os que ficassem vermelhos significava que de acordo com os dados recolhidos não iria dar certo uma eventual relação. Embora... as discotecas de hoje não sejam propriamente os sítios para encontrar o amor da vida, antes relações descartáveis. Onde está o  amor deste mundo? Bem, vou ligar o Puber...

_______

Devido a compromissos escolares e profissionais não tenho tido muito tempo para ver séries ou filmes o que me tornou muito mais seletivo. E dou-me por feliz, por ter encontrado uma série que encheu as medidas, Better Call Saul. Trata-se de um Spin-off da série Breaking Bad, onde é relatada a história do advogado Saul Goodman que tem a sua vida muito mal resolvida. A qualidade não reside no seu argumento, mas antes na forma como elae nos é servido. Eis o trailer: