sábado, 28 de janeiro de 2012

O sopista nazi

Lúcifer é um bom garfo! Aprecia um bom restaurante, boa comida, boa bebida, boas vistas, decorações etc. Vê o restaurante como um todo e gosta de sentir harmonia enquanto come, analisando sensorialmente todos os detalhes que o envolvem. Já não é a primeira vez que este excelente Blogue ( ok, se quiser substitua o adjectivo excelente, pelo adjectivo medíocre), faz uma Review a um restaurante. Pela positiva já vos falámos aqui do 2.70.

Os autores deste Blogue, até já foram convidados pela Michelin, para opinarem na atribuição das suas afamadas estrelas, aos melhores restaurantes. Este convite não sei se se deveu ao facto de os autores serem uns balofos, ou é apenas pelo seu enorme bom gosto.

No entanto, desta vez a review não pode ser mais negativa. Ontem fui a um restaurante algures em Lisboa, onde jurei que nunca mais iria. Foi simplesmente horrível. Não vou revelar o nome deste restaurante/tasco, pois temo represálias. 

Fui dos primeiros a chegar ao restaurante, tratava-se de um jantar, com bastantes pessoas. E como normalmente acontece, as pessoas não chegam todas a horas. Como eu, os primeiros que chegaram foram pedindo entradas e bebidas. Lá vieram as entradas, azeitonas gordurosas e recessas, e tostas com manteiga de alho, ou tostas com alho de manteiga, não fiquei com a certeza. A bebida foi negada. Antipaticamente o dono do restaurante disse que apenas serviria bebidas, quando todos os convidados chegassem e que mal terminassem de comer a bebida também seria cortada. Senti-me, tendo em conta as devidas distâncias, um refugiado de um campo de concentração, onde estava nas mãos de um ditador, neste caso o dono do restaurante, que ditava as leis de acordo com a sua vontade e não de acordo com a vontade do povo, que seriamos nós os clientes. 

A conta gotas, foram chegando os restantes convidados, e quando finalmente se sentaram todos à mesa, o dono obrigo-nos a pagar. Ainda não tínhamos bebido nem comido nada e já estávamos a aliviar os bolsos. Contudo, o pior estava para vir, com um aspecto duvidoso, dois pratos, um de carne e um de peixe, chegaram às mesas. Eu comi peixe, neste caso bacalhau salteado. Estava tão salgado tão salgado, que acho que ainda hoje a minha saliva parece a água do mar. 
Entretanto tive de ir à WC ( se for brasileiro, substitua a palavra WC por banheiro), mas também aqui tive problemas. Pois em vez, de um simples letreiro, a identificar a porta que pertencia a cada sexo, feminino ou masculino, tinha dois símbolos estranhos cravados nas respectivas portas. Pedi ajuda a uma empregada , que me indicou qual era a masculina, e eu nesse momento percebi, que o símbolo daquela casa-de-banho era o órgão genital masculino, em estado de erecção. De salientar que a casa-de-banho era minúscula, certamente que o Fernando Mendes ( do preço certo) não caberia lá. Outro aspecto que saltava à vista, naquele quarto de necessidades era a decoração, na parede estavam colados recortes da Playboy e da revista Gina. Bem... nem quero saber como os colaram lá. Terminámos de comer, terminou a bebida e quase que fomos expulsos do restaurante. Uma noite a não recordar, num restaurante a onde não voltarei.

Este bacoco episódio, lembra-me uma cena da série televisiva Seinfeld, apelidada de The Soup Nazi. Onde o dono de um restaurante que vendia exclusivamente sopas em regime de take away, tratava abaixo de cão os clientes, ameaçando-os que lhes tirava a sopa se fizessem uma qualquer reclamação.

Deixo-vos um vídeo com o Best of do The Soup Nazi:




terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A política portuguesa parece uma casa assombrada

Lúcifer não podia deixar passar em claro, as declarações do Presidente da República, esse mendigo que vive em São Bento, sem tecer qualquer comentário.

As afirmações de Cavaco Silva são infelizes e completamente inaceitáveis. Agora percebo porque é que Cavaco Silva não costuma muito abrir a boca, porque ou sai a asneira ou entra bolo rei... Acho que já chega de bater no senhor, muita gente o fez nos últimos dias, aliás é disto mais em concreto que vos quero falar. 

A política portuguesa parece uma casa assombrada, de onde emanam fantasmas de todos os cantos ( ou de todas as cores políticas), que de vez em quando aparecem para meter uns sustos, ou melhor para comentar políticos que estão em actividade. Como referi todos os partidos têm os seus, mas claro que os mais mediáticos e os que têm mais tempo de antena são os dos partidos que vão partilhando o poder, PS e PSD. Quando um político comete uma gaffe, aparecem os fantasmas a fazer muitos buuuhs para assustar o pessoal. Convém esclarecer que um fantasma no âmbito da política é aquele político que morreu politicamente, mas que quer voltar à vida, por isso aparece episodicamente para  dizer mal dos seus congéneres que estão no poder e em actividade. O problema dos fantasmas políticos, é que tem duas características que os identificam muito facilmente. Normalmente são canibais, pois dizem mal de pessoas do próprio partido e são necrófagos pois aparecem para comer ( ou na gíria política dar na cabeça e dizer mal com todas as forças) políticos que já foram atacados por uma gaffe que cometeram. 

Mesmo assim penso que o partido que ganha em fantasmas é o PSD. O número um, por conseguir ser um espectro, mesmo em actividade, é Manuela Ferreira Leite. Outro fantasma embora com menos anos de assombramento é Morais Sarmento, aliás isto dos fantasmas veio-me à cabeça por causa das declarações que hoje fez sobre Cavaco Silva:
 http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=533471

Não é que Morais Sarmento, não tenha razão no que diz sobre Cavaco, concordo inteiramente com as suas palavras. No entanto, este senhor tem muito pouca moral para falar. Pois há uns anos viu-se justa ou injustamente envolvido num escândalo, numa viagem que fez a São Tomé e Príncipe, que custou quase 100.000 € ao estado português, pois teve de haver frete de avião. E o que foi lá fazer? Entregar umas cassetes e assinar um papel. Na prática, alegadamente terá passado uns dias a fazer mergulho. Agora que penso bem nem o condeno, se calhar Sarmento já sabia que vinha aí o Sócrates e que o país iria ao fundo. 

O que os fantasmas querem sei eu bem, não é assombrar é voltar à vida... E às vezes conseguem mesmo ressuscitar, muitas vezes encarnados em Presidentes da República...

Deixo-vos por isso um vídeo do Avô com mais longevidade que conheço, Carlos Vidal, "O Avô Cantigas", com o seu êxito " Fantasminha Brincalhão, porque acho que não devemos levar os fantasmas muito a sério. 



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mr. Smith Goes to Washington

Há muito tempo, que este blogue não falava de cinema, por isso resolvi escrever sobre um filme que vi no passado fim-de-semana.

O título da película é "Mr. Smith Goes to Washington" ou na versão portuguesa "Peço a Palavra". Um filme de 1939, realizado por Frank Capra e vencedor de um Óscar para melhor argumento. 

Numa breve sinopse: Smith é um jovem talentoso que envereda pelo mundo da política, com o objectivo de ajudar o povo que o elegeu. No entanto, mal tenta criar a primeira lei, que seria em benefício dos cidadãos, vários problemas surgem, pois a lei proposta por Smith põe em causa variadíssimos interesses económicos. Por causa desta situação, Smith começa a ter problemas com um grupo financeiro poderoso, que tem um poderoso lobby sobre o senado americano e que controla os média. Será que a perseverança deste jovem rapaz conseguirá vencer a corrupção, que no senado está instalada? Têm de ver o filme para saber, pois Lúcifer não é um spoiler. Alem do guião que é soberbo, realço a performance de James Stuart e a beleza e sensualidade de Jean Arthur, cujo o papel é o de Miss Saunders, par romântico de Smith. Apesar de ser um filme com quase cem anos vale a pena ver, pois a temática é extremamente actual. O CineClube Lucyfilmes recomenda vivamente.

Resolvi falar-vos deste filme não só por ser excelente, mas também porque quem o vê não consegue deixar de encontrar paralelismos com a política dos dias de hoje. O poder dos grupos económicos sobrepõe-se quase sempre aos interesses dos cidadãos, isto acontecia nos anos 30 e acontece agora. As máquinas partidárias, não são mais que veículos destes grupos, em que os políticos são meros peões que prestam vassalagem a alguém superior e com um poder maior. E mesmo os média, apesar de alguns avanços, continuam a ser manipulados, tornando a política num teatro, em que a imprensa maquilha políticos sem qualidade e com poucos escrúpulos fazendo-os parecer salvadores da pátria, quando a sua missão é salvar o seu tacho. 


Por fim, deixo-vos o trailer de "Mr. Smith Goes to Washington":

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Frente de libertação de flatos estridentes (FLFE) !

Hoje o tema que vos trago é um pouco, como hei-de dizer, incómodo…
Estava eu a trabalhar na minha bela secretária, quando, num momento de pura descontracção, solto um belo de um ruidoso flato, que para quem não sabe é:
flato
nome masculino
1.
MEDICINA acumulação de gases no estômago e nos intestinos, provocando distensão abdominal que, por vezes, se torna incómoda
2.
MEDICINA expulsão mais ou menos ruidosa de gases acumulados nos intestinos pelo ânus
Após este meu pequeno (grande) descuido, fui abordado por uma série de olhares censuradores, como se tivesse dado cabo do computador ou mandado um cliente para qualquer lado. Mas não! Apenas expoli, tal como a definição acima diz, a acumulação de gases nos intestinos que me estava, de certa forma, a incomodar.
É verdade que esta história pode ser pura fantasia (ou não), mas isto acontece todos os dias quando nos descuidamos e lá deixamos escapar um destes marotos.
O que quero discutir hoje com vocês, caros leitores, é o porquê de toda esta censura a algo que é completamente natural e essencial ao bem-estar de todos nós. Parece que é algo proibido, parece que é algo completamente fora do normal e que, por isso, deve ser julgado e reprovado.
Curioso do porquê desta censura aos flatos, questionei outras pessoas que prontamente me responderam que a principal razão era o mau-cheiro. De facto, compreendo que se torne desagradável levar com esta situação, mas nem todos os flatos apresentam esta característica, alguns apesar de não serem barulhentos (e por isso não serem alvo de julgamento), são malcheirosos, enquanto outros são estridentes e, ao mesmo tempo, inodoros.
Sendo assim, apesar de compreender que possa haver censura, não compreendo esta atitude discriminatória em relação aos flatos estridentes, muitas vezes completamente inocentes.
Assim sendo, vou criar um movimento contra a discriminação que actualmente existe em relação aos flatos estridentes, enquanto os mais silenciosos (as chamadas bufas) são, muitas vezes, os que mais danos provocam!
Já agora deixo um vídeo acerca desta temática:

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Siglas e mais siglas

Lúcifer depois da passagem de ano e do Natal ficou um pouco obeso e consequente um pouco preguiçoso, daí que o primeiro post, apenas vá sair no décimo dia, do novo ano.

Siglas, siglas e mais siglas. Hoje em dia, no mundo empresarial rebentam como cogumelos as siglas. Seja para identificar um departamento, um cargo ou uma tarefa. Parece que as pessoas têm preguiça de dizer palavras com mais de três letras. Por exemplo: " O CFO reuniu com os RH, para fazer um PDS, sobre o RPO."É verdade que o mundo empresarial parece uma selva, mas não precisamos de andar todos a falar, como se fossemos membros de uma tribo perdida nos nenhures de África. Seria muito custoso e cansativo dizer, que o director do departamento financeiro reuniu com os recursos humanos, para fazer um ponto de situação sobre o recrutamento para o ano? Acho que não e todos se entendiam. Para os fluentes em siglês empresarial ( ou seja pessoas que trabalham no meio há vários anos ou seja nativos), não há problema, agora para os iniciados, como é o meu caso, poderão existir algumas dificuldades e obstáculos à compreensão. 

Eu compreendo que no universo do capitalismo, tempo seja dinheiro e encurtar as frases e palavras, mais que chiquismo seja uma necessidade, então agora com a troika qualquer poupança é bem-vinda ( foi uma tentativa de piada de revista). No entanto, penso que poderiam ser utilizadas alternativas para reduzir o tamanho das palavras, sem ser através de siglas. Perderia-se algum estilo, mas ganharia-se em eficiência, na minha humilde e modesta opinião. Exemplos:

Cargos:
Chief Executive Officer (CEO) - Manda-Chuva.
Chief Financial Officer (CFO) - Mão-de-Vaca

Director de Recursos Humanos (DRH) - O Gajo dos gajos

Departamentos:
Departamento de Segurança (DS) - os Pussies (confesso que quando escrevi isto inicialmente tinha colocado a palavra correspondente em português) 
Departamento de Contabilidade (DC) - Excel ( ou outro software que se utilize para fazer contabilidade)
Departamento de Marketing - os Idiotas

Tarefas:
Ponto de Situação (PDS) - uma rapidinha
Preencher um formulário (PUF) - podia ficar puff gostei da sonoridade da sigla
Reunião com o chefe - molho 

Eis um exemplo de como poderíamos utilizar este novo vocabulário: Vamos dar uma rapidinha com a mão-de-vaca, para preenchermos e entregarmos o Puff ao gajo dos gajos, para este fazer um molho com o manda-chuva, senão podemos ter os pussies à perna. 

Muito melhor, não?
  
Deixo-vos com uma uma cena de uma das minha séries favoritas e relacionadas com o mundo empresarial, The Office: