quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O(a) Companheiro(a) aumenta o nosso rating?

O tema de hoje é baseado no último episódio de uma excelente série chamada “Curb Your Enthusiasm” que eu e o meu colega Pedro assistimos regularmente e que, pelo menos eu, recomendo vivamente!
O episódio que vos falo aborda vários temas, tais como um periscópio para carros, jogos de scrabble com dementes racistas, mas o tema que vos chamo a atenção é a avaliação de uma pessoa através do seu companheiro.
Como assim?
Quando falo em avaliação de uma pessoa através do seu companheiro, trata-se de ter uma perspectiva mais correcta (ou não) acerca dessa pessoa através da análise do seu companheiro, algo que pode ou não fazer algum sentido.
No episódio que vos falo é abordada a “avaliação” da personalidade de uma pessoa, em que se essa pessoa apresenta uma boa lábia ou é bem-parecida e tem um companheiro não tão bonito ou com uma postura menos positiva, quer dizer que essa pessoa é íntegra, com carácter, enquanto a mesma pessoa se apresentar um namorado(a) jeitoso(a) e bonito(a), ou se trata de uma pessoa superficial e que só liga às aparências, ou no mínimo não se consegue tirar nenhuma conclusão acerca do carácter dessa mesma pessoa. A ideia por trás desta avaliação é que se um rapaz ou rapariga que apresentam capacidade para conseguir uma rapariga ou rapaz melhor e optam por um sem postura ou feio é porque apresentam carácter e não olham apenas para o que é supérfluo, ou seja, na opinião de Larry David para a aparência (ainda que duvide que a aparência seja assim tão supérflua para o Larry).
Claro que no episódio de Curb Your Enthusiasm, Larry David exagera como sempre, mas será que a observação feita nesta série é assim tão descabida?
Larry aborda o tema da personalidade da pessoa, mas eu prefiro abordar o tema da aparência, que funciona de maneira inversa à personalidade. Será que um rapaz que se encontre acompanhado por uma rapariga muito atraente não subirá o seu próprio rating perante as outras raparigas? Será que o mesmo rapaz, acompanhado por uma rapariga bonita ou por uma rapariga feia é avaliado, pelas outras raparigas, da mesma forma?
A minha ideia é que se um rapaz feio consegue seduzir uma rapariga mais bonitinha uma vez, vai ser altamente valorizado pelas outras raparigas (no caso de tudo o que foi escrito atrás funcionar positivamente), já que vai ser valorizado por isso. Pelo contrário, um rapaz que seja íntegro (na opinião do próprio Larry), que não olhe apenas para a aparência e tenha uma companheira menos bonita, verá as suas possibilidades de um dia conseguir uma namorada mais bonitinha diminuírem (ainda que não se importe muito com isso).
Assim, o conselho que Lúcifer apresenta para estes casos é que se tiverem a sorte de arranjarem uma rapariga bonita, não tenham medo de a mostrar, já que isso vai fazer com que sejam valorizados e aumentem o vosso rating perante todo o público feminino.
É por estas e por outras que se vêem aí casais tão desproporcionais. :D
Vejam o vídeo abaixo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Outros - Conhecidos-desconhecidos

Na nossa vida, há aqueles que são os nossos amigos, aqueles que são os nossos colegas e aqueles que são os Outros. Quanto aos dois primeiros grupos, acho que não preciso de fazer qualquer explicação. O último grupo, chamei de Outros porque não se englobam nem no grupo dos amigos, nem no grupo dos colegas, acabam por ser uns conhecidos-desconhecidos.
Os Outros são aquelas pessoas que passam por nós várias vezes, que frequentam os mesmos sítios que nós, ou simplesmente que são nossos colegas, mas que nunca trocámos uma única palavra com eles, nem sequer dizemos bom-dia ou boa-tarde quando nos cruzamos em qualquer sítio habitual.
A situação que quero chamar a atenção hoje é a alteração de comportamento que parece existir quando se encontra uma pessoa desse grupo num sítio diferente do habitual. Quando encontramos um desses Outros num sítio de férias ou numa saída à noite, há sempre a tendência de dizer, pelo menos, um “Olá! Tudo bem?”, ou um “por aqui também?”, como se houvesse alguma diferença entre encontrar essas pessoas no lugar habitual ou num lugar diferente.
Parece que as coordenadas afinal são um factor importante que determina o tipo de relações entre as outras pessoas.
Seria falta de educação não dizer nada quando encontramos alguém que vemos regularmente num sítio diferente? Talvez, mas qual é a diferença entre encontrar essa pessoa nesse sítio ou no seu lugar habitual? Nenhuma.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lulu

Lúcifer, a besta também gosta de música e aguarda impaciente a chegada às lojas dos próximos álbuns dos Red Hot Chili Peppers e dos Metallica.

"Lulu" é o nome do próximo disco dos Metallica, que sairá no final de Outubro e que nasce de uma colaboração da banda de S. Francisco com o carismático Lou Reed. Mas "Lulu" será nome digno de um CD, de uma banda que toca em nome de Lúcifer? "Lulu" seria um nome admissível para um álbum do Avô Cantigas ou das músicas da carochinha. Vejamos os títulos másculos dos anteriores álbuns dos Metallica, seguidos da panisguice do próximo:

Kill em all - Violento
Ride The Lightning - É de homem
Master of Puppets - Sonante
And Justice for All - Viril
Black Album - Másculo
Load - Potente
Reload - Repotente
St. Anger - Agressivo
Death Magnetic - Tétrico
Lulu - Panisguinhas ( como diria o grande Bruno Nogueira - tão panisguinhas)

Isto era como chamar a um CD do Noddy, "Killer" ou a um dos Teletubbies, "Tinky Winky Lord of Darkness".  

Deixo-vos com um videoclip de uma das bandas favoritas da besta, One de 1989:



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Modern Times

A minha paixão pela sétima arte tem crescido nos últimos tempos, por isso tenho visualizado alguns dos grandes filmes do cinema mundial.

Ontem à noite tive a ocasião de ver uma das grandes obras, de Charlie Chaplin, Modern Times de 1940. O filme não é extraordinário apenas, por causa da excelente interpretação de Charlot, é o também por causa da mensagem subjacente que transmite. O filme conta a história de um homem, que tem dificuldade em manter um trabalho, acabando muitas vezes preso, por causa da sua aselhice e por causa do tempo de crise que se vivia nos USA, com a grande depressão dos anos 30. 

O talento e o humor físico imperam, bem como as excelentes composições melódicas, que ecoam no preto e branco da película.

Mas, na minha opinião o que torna o filme tão especial é sua mensagem. O relato da miséria e da falta de emprego com o consequente aumento de criminalidade, obrigam o espectador a efectuar um contraste entre épocas. A época da crise onde tudo falta e a pobreza é evidente e a época seguinte em que a condição de vida da maioria dos americanos era elevada. Neste momento, o Estados Unidos e o mundo, estão a atravessar uma grave crise, em vários quadrantes, nomeadamente: a crise da dívida soberana de algumas nações, a crise económica pela desaceleração da economia mundial, e uma crise ao nível do emprego, onde a precariedade é cada vez maior. O desemprego é um dos temas fortes do filme, onde Charlie Chaplin muda cinco vezes de emprego e no fim acaba desempregado, bem como a sua companheira. Ou seja, como em Portugal tem acontecido, infelizmente vêem-se cada vez mais famílias, onde marido e mulher estão sem trabalho. O filme termina como referi com o casal  desempregado mas com uma última frase de Charlie Chaplin mítica, dirigindo-se à sua amada: "Smile! C'mon!".

Apesar de todas as dificuldades é esta mensagem que quero passar, a vida deve ser encarada com um sorriso nos lábios. Os tempos que se avizinham não se vislumbram fáceis, mas temos de ter a noção que o mundo e o país já passaram por momentos muito piores. 

Fiquem com um pequeno trecho do filme: 


 Neste "pedaço" do filme podemos ver uma cena engraçadíssima, onde Chaplin, por acidente "snifa" um pouco de cocaína.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sargaços na Praia

Neste Verão, tive a sorte de poder ir à praia com bastante regularidade. Foi bastante bom, mas infelizmente já não falta muito, para regressar ao trabalho.

A praia é um local bastante curioso, as pessoas transformam-se! Perdem o pudor, despindo-se! Perdem a xenofobia, querendo ficar negras! Perdem o medo, entrando no mar, mesmo que a bandeira esteja encarnada! Infelizmente, observei alguns inconscientes que se aventuraram no mar revolto e que depois tiveram dificuldades em sair de lá.

Em algumas dessas ocasiões foi necessária a intervenção do nadador salvador, ( se tem mais de 65 anos, substitua nadador salvador por banheiro). Quando alguém estava em perigo, a praia toda entrava em alvoroço, as pessoas saltavam frenética e energicamente das toalhas para ver o que se passava. Mas tuga que é tuga gosta de ver desgraças em grande. Num dos últimos episódios que assisti, deste género, na praia as pessoas ao ouvir pedidos de ajuda, de um homem na água, levantaram-se, chamaram os nadadores salvadores e foram-se aproximando do local. Felizmente, o homem conseguiu, auxiliado pela boa vontade do mar, chegar a terra firme, não tendo sido preciso a intervenção de ninguém. Nestas circunstâncias, esperaria que as pessoas que estavam a assistir, demonstrassem algum alívio, contudo.... Não!!! Mostraram-se desiludidas, pelo facto da situação se ter resolvido rapidamente. Ouvi várias pessoas a dizer: "Oh, já saiu da água" ou " Oh, nem tive tempo de ver nada". Mas o que é isto? Bem é o espírito mirone do Portuga! Gosta de ver as desgraças ao vivo e a cores. Não há nada melhor que ver sentadinho, numa toalha um salvamento heróico. Enfim, nós somos assim, quer dizer, eu não!

Li no Correio da Manhã e também em alguns jornais a sério, que foram avistados tubarões na costa portuguesa. Parece que sempre cá estiveram, mas não se fizeram notar, até agora. Parece que estes são mansinhos, se fossem cães seriam labradores, mas conseguiram pregar grande susto aos veraneantes. Em Portugal, até os tubarões não metem medo a ninguém, até nisso somos pequeninos, não temos cá animais ferozes. E isto deve entristecer bastante os mirones, pois seria mais uma possível desgraça a que poderiam assistir." Então Manel, houve um ataque de tubarão em Lagos?" " Houve Maria, mas só comeu duas pernas, uma mota de água e três bóias." 

Com esta notícia, lá tive que rever o clássico de Steven Spielberg, Jaws ( O Tubarão ). É um thriller bastante bom, ideal para ver depois de um dia de praia. Fiquem com o trailer e boas férias! 


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quando morrer e for enterrado quero ir de pijama ou de fato treino

Não percebo a ideia de enterrar os mortos, vestindo-os com fatos. O conceito subjacente da morte, não é o de descansar em paz? Sendo assim, e para descansar penso que a roupa adequada seria um fato de treino ou um pijaminha. Por isso, deixo expresso neste documento oficial, que quando morrer quero ir o mais confortável possível. Não quero ir com fato, com roupa de trabalho. Eu vou para o céu para descansar, não vou para trabalhar. E nem pensar levar gravata!!!

Ainda tenho de averiguar o calor que faz dentro do caixão, mas se calhar debaixo da terra deve ser abafado. Tendo este factor em consideração, ir só de boxers vestidos também não está posto de parte.

Vestir os mortos com fatinho só tem lógica, se depois lá em cima, nos barrarem a entrada, por não estarmos convenientemente vestidos, como nos casinos. O que não me parece, visto que Jesus e companhia limitada andavam sempre apenas com lençóis vestidos. Era a moda no Seu tempo, ora se usava a seda ora se usava a flanela nos lençóis.

Porque se o São Pedro se armar em picuinhas e me obrigar a vestir fato, vou para o Inferno ter com o meu amigo Lúcifer. Dizem que lá o tempo é quente todo o ano e que organizam umas belas churrascadas!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Sheila também tem sentimentos!

O tema que vos trago hoje é bastante pertinente, é algo que não tinha pensado e algo que faz todo o sentido ser discutido neste espaço cultural e serviço público que é “Os Binóculos de Lúcifer”. O tema em questão é: as bonecas insufláveis.
Vamos supor que o Sr. Inácio, um Sr. que já estava cansado de viver na sua mansão sozinho, resolveu colmatar essa solidão, bem como outras necessidades (sejam elas quais forem) que não conseguia satisfazer de outra forma. A boneca insuflável, que vou chamar de Sheila seria assim a última alternativa para o Inácio, talvez a sua grande companhia nos momentos mais tristes. No entanto, existe uma série de problemas para quem possui um instrumento deste tipo.
Em primeiro lugar é necessário escolher o tipo de boneca. Admitindo que se trata de um investimento único, esta decisão torna-se muito importante. Inácio sempre gostou de loiras, mas ao ver a oportunidade de, pela primeira vez, ser ele a escolher a companhia feminina, ficou na dúvida se deveria arriscar numa morena. Dado que estava a escolher a companhia para os próximos tempos, esta decisão assume uma grande importância na vida do Inácio, pelo que deveria ser uma decisão ponderada. Após um intenso estudo das alternativas, o Inácio lá levou uma Sheila loira.
Depois de ter consigo a Sheila (naquele momento era apenas uma caixa), perguntou-se como é que a podia guardar? O problema no caso do Inácio é que a sua mãe costuma aparecer de surpresa em sua casa, bisbilhotando tudo e mais alguma coisa. Seria uma situação embaraçosa para o Inácio e para a própria mãe encontrar a boneca insuflável sentadinha no sofá a ver televisão, ainda mais para a Sra. Aldina, que não gosta de loiras. Ora, se ela não pode estar no sofá, ou no quarto, ou em qualquer outra divisão em que possa ser vislumbrada por uma visita mais ou menos curiosa, onde é que o Inácio deveria guardar a boneca insuflável?
Uma das hipóteses seria esvaziar a boneca e escondê-la num sítio mais difícil de encontrar, talvez colocá-la de volta na caixa e escolher o sítio mais improvável para a guardar. Mas será que esta medida é eficiente? Assim, quando o Inácio quiser “conversar” com a amiga insuflável, terá que a encher novamente, gastar energia essencial que poderá significar uma falta de apetite para essa tal “conversa”. Além disso, ter que soprar na Sheila cortará qualquer tipo de clima que existe entre os dois, pelo depois de encher, o passo a seguir será esvazia-la novamente.
Será toda esta situação justa para a boneca? A Sheila foi a única que aceitou viver na mesma casa que o Inácio, certamente que não foi com a intenção de ficar fechada numa caixa e ser enchida e esvaziada de vez em quando, sem qualquer tipo de “conversa”.
Assim, dadas as circunstâncias, parece ser impossível guardar a Sheila num lugar seguro, pelo que o Inácio vive neste dilema há meses e a Sheila vive numa caixa há anos.
Com este post, Lúcifer procura aconselhar todos os que pretendem adquirir uma boneca insuflável para pensarem duas vezes, que existem muitos contras na aquisição e que se deve olhar para tudo na perspectiva da boneca, já que esta certamente terá mais sentimentos que muitos e que o próprio Inácio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Santinho ou Lúcifer?

Bem sei que não estamos na Primavera e que as alergias acalmaram nesta estação, mas um tema que me tem assolado nestes dias tem sido o espirro ou espirros. Estranho tema! Mas a convenção existente na sociedade ocidental, de cada vez que alguém espirra ou espilra, se ter que dizer "Santinho" irrita-me profundamente. E eu, porque possuo uma alma curiosa decidi pesquisar a origem de tal tradição bacoca. 

Segundo o que li em alguns sites e blogues, esta tradição remonta à idade média, pelos períodos em que estava proliferada a peste. E em que um espirro podia significar que a alma da pessoa, que espirrava estava condenada. E daí o "Santinho" em português, no Brasil diz-se "Saúde" em inglês é usual ouvir-mos " God Bless You". Ou seja, seria um género de uma bênção. E sendo assim, a utilização de tal expressão ganha toda a propriedade. 

Tendo em conta os avanços da medicina, um espirro hoje em dia não assusta ninguém. Por isso, não vejo razão para continuarmos com esta tradição. Eu há muito tempo que não digo "Santinho" ou "Saudinha". Já fui olhado de lado por não emitir tal interjeição, quando presenciei um espirro, contudo acho que as palavras não são para brincar e devem ser usadas quando realmente têm de ser. 

Senão começo a utilizar expressões para todas as acções humanas involuntárias. Do género, sempre que alguém arrotar digo " Pai Nosso". Se alguém bocejar digo, " Virgem Santíssima" e se alguém der um peido ( se tiver menos de 8 anos substitua a palavra "peido" por "pum" ou "trac") direi " É carapau". 
Vamos acabar com as tradições desnecessárias! ( bem podia ser o nome de um grupo do facebook). 

Para quem mesmo assim quer continuar com a tradição, para não se sentir um renegado, encontrei algo interessante relativamente ao uso da palavra. Segundo os linguistas, esta palavra poderá estar contemplada em duas categorias distintas, a categoria dos adjectivos ou a das interjeições. Para melhor compreensão transcrevo, a explicação do site http://www.flip.pt/Duvidas-Linguisticas/Duvida-Linguistica.aspx?DID=4997

"santinho ou santinha [Concordâncias / Classes gramaticais]
Quando alguém espirra, deve-se dizer "santinho" independentemente de ser homem ou mulher? Ou devemos dizer "santinha" no caso de se tratar de uma mulher?
Maria João Cardoso
Quando santinho é usado como voto de saúde a alguém que acabou de espirrar, entende-se tradicionalmente que se trata de um uso adjectival, pois habitualmente faz-se a concordância com o destinatário da exclamação: santinho(s), se se tratar de destinatário(s) masculino(s) esantinha(s), se se tratar de destinatário(s) feminino(s).

No entanto, é possível considerar santinho uma interjeição, pois nada há que justifique tratar-se de um adjectivo, quando usado isoladamente. Neste caso, e visto que as interjeições são palavras invariáveis, a forma a usar deverá ser única - santinho -, independentemente do género ou número do sujeito que fala. Este caso de santinho como interjeição poderá então aproximar-se de outros casos em que um adjectivo original perde a flexão e passa a constituir uma interjeição (ex.: Aplaudo essa proposta; apoiadoÓptimo; adorei os resultados! Pronto, meninas, vamos embora!).

Noutro site mais ligado à medicina, embora não possa afirmar que a fonte seja fidedigna, é declarado que um único espirro é capaz de infectar 150 pessoas. Como penso que isto é algo mais diabólico que divinal, julgo que seria correcto substituir a expressão "Santinho" pela expressão "Lúcifer".

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Bombista Português

É escandaloso, o facto da comunicação social dar pouco relevo ao bombista  português. A crise também afecta esta classe nacional. Segundo o sindicato do sector, os bombistas portugueses debatem-se com um pico de desemprego nunca antes visto, apenas conseguindo trabalhos de uma ocasião. 

Lúcifer enviou um repórter que conseguiu uma entrevista com um bombista, que transcrevemos em baixo

Jornalista do Lúcifer: Então há quanto tempo é bombista?
Bombista: Há cerca de dois anos. 
JL: O que o levou a enveredar por esta profissão?
B: Eu licenciei-me em Estudos Africanos, pela Universidade Independente, tendo arranjado emprego na área.
JL: Conseguiu emprego na área de Estudos Africanos? ( interrompeu o jornalista)
B: Não!!! Consegui emprego na minha área de residência, trabalhava na secção de queijos e fumados do Feira Nova. Mas aquilo não era para mim, os meus colegas não paravam de gozar comigo. Estavam sempre a dizer, quando me descalçava que cheirava a queijo. Ou quando dava um arroto, eles diziam que cheirava a a presunto. Não tive paciência para tanta chacota. 
JL: E foi nessa altura que enveredou pelo bombismo?
B: Sim despedi-me e fui atrás da minha vocação. E como acho que na vida, como no trabalho devemos ser profissionais, fui tirar um curso nas novas oportunidades. Frequentei três módulos de História do Bombismo, dois de Explosões com TNT, dois sobre Bombas Relógio e um sobre pilotagem de aviões. Gostava de ter escolhido o módulo sobre explosivos plásticos, mas ficava com aulas sobrepostas, por isso optei por pilotagem de aviões. Terminei o meu curso e há dois anos que procuro emprego, mas não está fácil.
JL: Está desanimado?
B: Obviamente. Estou farto de procurar. Sempre a mesma história. De manhã peço a minha mãe para me passar a melhor camisa-bomba. E lá vou eu. 
JL: E a crise não tem ajudado nada?
B: Não sei onde o país vai parar. Uma pessoa estuda, está preparada para rebentar e mandar tudo pelos ares, mas não temos condições. Olhem os países nórdicos, onde aí sim há condições para trabalhar. Em Portugal? Não dá. O bombista quer rebentar um autocarro, ou um comboio, mas com o aumento do preço dos transportes é impossível. A gasolina também está caríssima, também não posso armadilhar um carrito sequer. É que eu a pé só posso lançar foguetes e não foi para isso que andei a estudar tanto tempo.

Bota-abaixo aos políticos/empresas

Depois de ter deixado o blog entregue ao meu colega Pedro nos últimos tempos, finalmente voltei… Para já, a única novidade que tenho para vos contar desde o meu último post é que a minha tartaruga agora só come comida de gato (recusa-se a comer a habitual comida para tartarugas ou qualquer outro tipo de comida). Pode ser que daqui a uns meses tenha uma espécie de Evil Turtle com pêlos para me fazer companhia enquanto penso nos meus planos para controlar o mundo.
Hoje os Binóculos de Lúcifer traz-vos um tema mais que batido, em que basta qualquer um ligar um canal de notícias nacional, para encontrar o Sr. Dr. (alguns que de Sr. Dr. pouco têm) a dar a sua opinião, falo-vos da actual situação do nosso país, nomeadamente os tempos difíceis que vivemos.
Já todos sabemos que Portugal passa por momentos difíceis, que estamos a enfrentar fortes medidas de austeridade e que temos meio mundo com os olhos postos em nós, como por exemplo os especuladores, que vêem uma oportunidade de, em Portugal, ganhar mais uns trocos (que o diga o BCP).
A verdade é que esta situação não apareceu do nada, nós, como se costuma dizer, pusemo-nos a jeito… Os vários anos de más políticas, de gastos não condizentes com a situação do nosso país, as políticas para agradar, entre outros, fizeram com que a nossa situação atingisse este ponto.
Os tempos de hoje já não são os mesmos de há 20/30/40 anos atrás, as pessoas, os hábitos, a sociedade, tudo mudou. Se antes era (ou não) sustentável termos um conjunto de regalias que nos levaram a esta situação, será que essas regalias são sustentáveis agora? Deixo essas questões para os entendidos. Este post tem outro objectivo, analisar uma situação muito específica que se passa no meio de toda esta situação.
Uma coisa que me irrita particularmente é a recorrente crítica que os políticos, os gestores ou os economistas são alvo. Uma forma fácil de ver essa corrente que se assiste em Portugal e que se gerou à volta do sistema político e da economia portuguesa, é ler alguns comentários a notícias no facebook.
Se uma empresa ganha um prémio qualquer, não há ninguém que venha dar os parabéns, mas aparecem logo umas 10 ou 20 pessoas a dizer algo como “só sabem roubar”, “agora sobem os preços”, “ainda se queixam”… Se existe uma política do governo, os comentários são sempre “só mudaram as caras”, “mais 10000 tachos”, etc etc…
O que quero dizer com isto é que existe uma corrente de resistência aos políticos e às empresas, como se tudo o que fosse feito nesses domínios fosse mal feito. Mas esta corrente de haters, que apenas sabem criticar e não conseguem fazer nada mais que isso consegue ultrapassar a política e a economia. É como se a inveja tomasse conta de um grande número de portugueses e tudo o que não esteja em crise ou em dificuldades passasse a ser um alvo a abater. Este pensamento dos Portugueses, que é facilmente vislumbrado nas redes sociais nos comentários em qualquer jornal, apenas faz com que seja mais difícil ultrapassar esta situação em que nos encontramos, já que a resistência às medidas políticas ou a constante crítica às empresas/gestores ou ainda a recorrente vitimização, como se todos fossemos uns coitados nas mãos dos economistas, só faz com que seja quais forem as medidas, o sucesso será sempre posto em causa.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Jornal da Paróquia

Estranho é um título destes num blogue intitulado " Os Binóculos de Lúcifer". Mas há algum tempo atrás eu era "jornalista" de um jornal de amigos, cujo o nome era o "Jornal da Paróquia". É verdade, vendi a alma ao Diabo e agora trabalho para Belzebu. 

O objectivo do " Jornal da Paróquia" era relatar de forma divertida situações que ocorriam no meu dia-a-dia e no dia-a-dia de alguns amigos meus. O jornal era difundido por via electrónica não contendo mais que 3, 4 notícias, onde o objectivo era fazer uma caricatura de nós próprios. 

Vou transcrever uma das notícias que escrevi, penso eu que a primeira: 


"Bom dia estimados leitores,

A edição do jornal da paróquia desta semana é pródiga em notícias chocantes!!!! O dia de ontem foi vasto em acontecimentos, e alguns deles com consequências inesperadas

Headlines:

  • · Manuel Pinho Deixa as chaves no ferrolho pelo lado de dentro, como será que entrou em casa?
  • · xxxxx
  • · xxxxx
  • · xxxxx
A notícia de abertura deste jornal passa pela a ocorrência de um caso insólito: Manuel Pinho Deixa as Chaves no ferrolho pelo lado de dentro de casa. Foi pelas 18horas do dia de ontem que Manuel Pinho deixou as chaves no dito Ferrolho. Mas como terá Manuel conseguido resolver este problema? Será que foi logo chamar os bombeiros voluntários de Pedrouços? A resposta é negativa. Manuel foi primeiro ver o SLB descansadinho, só depois foi resolver o problema, pois na vida de um homem existem prioridades, e o Benfica é superior a um tecto para dormir. Após conversa com dois amigos, Hélder e Pedro ( dois rapazes bem bonitos, por sinal), apresentaram-se várias alternativas para resolver o problema:

1. Chamar os Bombeiros Voluntários de Pedrouços
2. Chamar o Homem-Aranha
3. Pedir a um grupo de Ucranianos Peritos na arte do Assalto
4. Pagar um balúrdio a um serralheiro
5. Utilizar o livro "Análise de Sucessões Cronológicas" de Bento Murteira, Daniel Muller e K Turkman para a abrir a porta como nos filmes


Após o estudo das hipóteses foi escolhida a ideal. Que foi a hipótese 5. O livro de estudo de séries temporais, mostrou-se uma solução óptima para o problema. Uma situação que podia ter acabado em tragédia teve um final feliz. Manuel não teve de incorrer em custos para pagar aos Bombeiros ou ao Serralheiro, nem ficou a dever favores ao Homem-Aranha.No entanto ao que pudemos apurar, Manuel Pinho foi contactado para vender o livro ao grupo de Ucranianos na arte do Assalto. Estes viam com bons olhos a aquisição deste livro, para substituição do seu pé-de-cabra. 

Intervalo para compromissos comerciais"

E pronto, terminava desta maneira uma das notícias, penso que era uma forma divertida de observarmos as nossas próprias vidas.