segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Bombista Português

É escandaloso, o facto da comunicação social dar pouco relevo ao bombista  português. A crise também afecta esta classe nacional. Segundo o sindicato do sector, os bombistas portugueses debatem-se com um pico de desemprego nunca antes visto, apenas conseguindo trabalhos de uma ocasião. 

Lúcifer enviou um repórter que conseguiu uma entrevista com um bombista, que transcrevemos em baixo

Jornalista do Lúcifer: Então há quanto tempo é bombista?
Bombista: Há cerca de dois anos. 
JL: O que o levou a enveredar por esta profissão?
B: Eu licenciei-me em Estudos Africanos, pela Universidade Independente, tendo arranjado emprego na área.
JL: Conseguiu emprego na área de Estudos Africanos? ( interrompeu o jornalista)
B: Não!!! Consegui emprego na minha área de residência, trabalhava na secção de queijos e fumados do Feira Nova. Mas aquilo não era para mim, os meus colegas não paravam de gozar comigo. Estavam sempre a dizer, quando me descalçava que cheirava a queijo. Ou quando dava um arroto, eles diziam que cheirava a a presunto. Não tive paciência para tanta chacota. 
JL: E foi nessa altura que enveredou pelo bombismo?
B: Sim despedi-me e fui atrás da minha vocação. E como acho que na vida, como no trabalho devemos ser profissionais, fui tirar um curso nas novas oportunidades. Frequentei três módulos de História do Bombismo, dois de Explosões com TNT, dois sobre Bombas Relógio e um sobre pilotagem de aviões. Gostava de ter escolhido o módulo sobre explosivos plásticos, mas ficava com aulas sobrepostas, por isso optei por pilotagem de aviões. Terminei o meu curso e há dois anos que procuro emprego, mas não está fácil.
JL: Está desanimado?
B: Obviamente. Estou farto de procurar. Sempre a mesma história. De manhã peço a minha mãe para me passar a melhor camisa-bomba. E lá vou eu. 
JL: E a crise não tem ajudado nada?
B: Não sei onde o país vai parar. Uma pessoa estuda, está preparada para rebentar e mandar tudo pelos ares, mas não temos condições. Olhem os países nórdicos, onde aí sim há condições para trabalhar. Em Portugal? Não dá. O bombista quer rebentar um autocarro, ou um comboio, mas com o aumento do preço dos transportes é impossível. A gasolina também está caríssima, também não posso armadilhar um carrito sequer. É que eu a pé só posso lançar foguetes e não foi para isso que andei a estudar tanto tempo.

1 comentário:

  1. 'tá giro, uma ideia de facto explosiva, bem ao estilo do fundamentalismo islâmico aliada. gosto do começo alimentício da entrevista

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