segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Lúcifer Natalício

Estamos numa época de harmonia e paz. É essencialmente uma altura em que o fair-play deve prevalecer, por esse motivo, Lúcifer quer deixar-vos deixar uma mensagem natalícia:

Como dizem que não tenho coração com fundo incluído e essas coisas, não vos posso desejar umas boas festas a partir daí. Ainda pensei em desejar-vos um bom natal do fundo do meu fígado ou do fundo dos meus rins, mas nesta altura do ano andam demasiado ocupados para isso. Assim como todos os órgãos do meu aparelho digestivo, que neste momento parecem funcionários da Worten numa Black Friday. Podia enviar a partir do meu apêndice, mas esse tadito, já foi para bifes. Também os pulmões não são possibilidade, estão de prevenção, não vá uma rabanada entrar no canal errado (isto agora soou realmente estranho) e o Natal passado em terra de finados. Desejar o Natal a partir de órgãos do aparelho reprodutor também está fora questão, principalmente nesta quadra em que o decoro deve imperar, embora fosse do cara... bom... Olhem... Desejo-vos umas boas festas do fundo do meu baço (*)(**)... É assim mais pobrezinho mas foi o que se pode arranjar.

(*) - Não confundir com fundo do braço, pois o cheiro a axila não é assim muito natalício. (no meu caso talvez aroma a Rexona for men - Roll-on)
(**) - Não, não andei a dar no bagaço, tão pouco estou a ver tudo baço, apenas vos quero deixar um grande abaço.

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Relativamente a filmes natalícios, a recomendação vai para o visionamento do clássico Die Hard (1988), Assalto ao Arranha-Céus, um filme que apesar da narrativa decorrer durante a época natalícia sempre corta o excesso de doçura da quadra: 




No entanto, gostaria de destacar outro filme que vi recentemente e que apesar de não ser de Natal me impressionou. E impressionou-me por vários motivos. Em primeiro lugar é um filme em que o Adam Sandler desempenha um excelente papel, em segundo lugar impressionou-me por ser um filme com o Adam Sandler e eu ter adorado e por fim, é um filme que retrata o amor na vertente desajeitada, tal como é muitas vezes, algo pouco visto no cinema mainstream. Resumindo, realizado por Paul Thomas Anderson (realizador de Magnolia e There Will Be Blood), Punch-Drunk Love (2002) parece dedicado a todos aqueles que amam de forma desastrada e rege-se pela máxima, todas as histórias de amor são um conto de fadas desde que haja um final feliz. É um filme com uma narrativa muito simples, salpicada com non sense, mas com uma estranha capacidade de nos prender ao ecrã.