terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Sheila também tem sentimentos!

O tema que vos trago hoje é bastante pertinente, é algo que não tinha pensado e algo que faz todo o sentido ser discutido neste espaço cultural e serviço público que é “Os Binóculos de Lúcifer”. O tema em questão é: as bonecas insufláveis.
Vamos supor que o Sr. Inácio, um Sr. que já estava cansado de viver na sua mansão sozinho, resolveu colmatar essa solidão, bem como outras necessidades (sejam elas quais forem) que não conseguia satisfazer de outra forma. A boneca insuflável, que vou chamar de Sheila seria assim a última alternativa para o Inácio, talvez a sua grande companhia nos momentos mais tristes. No entanto, existe uma série de problemas para quem possui um instrumento deste tipo.
Em primeiro lugar é necessário escolher o tipo de boneca. Admitindo que se trata de um investimento único, esta decisão torna-se muito importante. Inácio sempre gostou de loiras, mas ao ver a oportunidade de, pela primeira vez, ser ele a escolher a companhia feminina, ficou na dúvida se deveria arriscar numa morena. Dado que estava a escolher a companhia para os próximos tempos, esta decisão assume uma grande importância na vida do Inácio, pelo que deveria ser uma decisão ponderada. Após um intenso estudo das alternativas, o Inácio lá levou uma Sheila loira.
Depois de ter consigo a Sheila (naquele momento era apenas uma caixa), perguntou-se como é que a podia guardar? O problema no caso do Inácio é que a sua mãe costuma aparecer de surpresa em sua casa, bisbilhotando tudo e mais alguma coisa. Seria uma situação embaraçosa para o Inácio e para a própria mãe encontrar a boneca insuflável sentadinha no sofá a ver televisão, ainda mais para a Sra. Aldina, que não gosta de loiras. Ora, se ela não pode estar no sofá, ou no quarto, ou em qualquer outra divisão em que possa ser vislumbrada por uma visita mais ou menos curiosa, onde é que o Inácio deveria guardar a boneca insuflável?
Uma das hipóteses seria esvaziar a boneca e escondê-la num sítio mais difícil de encontrar, talvez colocá-la de volta na caixa e escolher o sítio mais improvável para a guardar. Mas será que esta medida é eficiente? Assim, quando o Inácio quiser “conversar” com a amiga insuflável, terá que a encher novamente, gastar energia essencial que poderá significar uma falta de apetite para essa tal “conversa”. Além disso, ter que soprar na Sheila cortará qualquer tipo de clima que existe entre os dois, pelo depois de encher, o passo a seguir será esvazia-la novamente.
Será toda esta situação justa para a boneca? A Sheila foi a única que aceitou viver na mesma casa que o Inácio, certamente que não foi com a intenção de ficar fechada numa caixa e ser enchida e esvaziada de vez em quando, sem qualquer tipo de “conversa”.
Assim, dadas as circunstâncias, parece ser impossível guardar a Sheila num lugar seguro, pelo que o Inácio vive neste dilema há meses e a Sheila vive numa caixa há anos.
Com este post, Lúcifer procura aconselhar todos os que pretendem adquirir uma boneca insuflável para pensarem duas vezes, que existem muitos contras na aquisição e que se deve olhar para tudo na perspectiva da boneca, já que esta certamente terá mais sentimentos que muitos e que o próprio Inácio.

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