domingo, 24 de julho de 2011

Esteves, há horas do Diabo!

Eu sou o Sérgio e infelizmente, ao contrário do meu colega Pedro, o meu nome não faz parte dos grandes nomes bíblicos, o que me deixa com algum complexo de inferioridade. Depois de uma extensiva pesquisa ao longo de toda a bíblia, encontrei finalmente o meu nome. Sérgio Paulo é, provavelmente, uma das personagens menos importantes na bíblia, sendo, ainda assim, caracterizada com um elogio: “o procônsul Sérgio Paulo, homem inteligente” (Act 13,6-7a), o que me deixa mais satisfeito e pronto para vos falar de uma situação que se passou com um determinado Sr. que vou chamar de “Esteves”.

Tal como o Pedro, o Esteves tinha uma entrevista marcada para uma empresa bastante conhecida. Como Esteves não gostava de grandes formalidades, tinha optado por uma indumentária sempre informal em todas as entrevistas que tinha ido, mas dado que esta empresa o agradava em particular, procurou vestir o fato que havia comprado 2 anos antes e que nunca havia utilizado.
Na noite anterior, Esteves perguntava-se se o referido fato ainda lhe servia, dado que a elegância que antes o caracterizava, há muito que havia fugido (vá, mais ou menos). Para evitar problemas de maior no dia seguinte, decidiu experimentar o fato no dia anterior, percebendo que as calças ficavam apertadas (tipo calças de Lycra), mas ainda assim, achou que a fatiota estava consentânea com a ocasião.
Ao chegar ao local da entrevista, encontrou uma rapariga que também tinha entrevista e, de forma a libertar a tensão que se observava naquele corredor, iniciou uma conversa. A conversa foi de tal forma espontânea que o Esteves perdeu qualquer tipo de nervosismo, libertou-se, tendo os seus níveis de confiança atingido o topo.
Depois de um pequeno teste, iniciou-se a primeira entrevista.
Após as habituais apresentações, o Esteves, que estava a frequentar o mestrado em Finanças, informou que gostaria de trabalhar em marketing (WTF?!), isto depois de a senhora que lhe havia ligado uns dias anteriores para marcar a entrevista o informar que a oferta de emprego era para o departamento financeiro (Bela tirada, Esteves!!). Não se sabe ao certo porque é que Esteves falou em marketing, mas depois de dizer que achava o trabalho na área de finanças algo monótono, a resposta de uma das entrevistadoras foi clara: “então a entrevista acaba por aqui”. “Já me lixei” – pensou o Esteves, mas ainda assim continuou a tentar dar a volta à questão, e a entrevista lá continuou.
Passou-se de seguida para a entrevista seguinte, com outras duas pessoas, em que a primeira pergunta foi: “então como correu a entrevista anterior?”, ao que Esteves respondeu: “mais ou menos, disse que gostava mais de marketing do que de finanças” (ONDE É QUE O ESTEVES ESTAVA COM A CABEÇA? JÁ NÃO BASTAVA TER COMETIDO O ERRO NA PRIMEIRA ENTREVISTA, AINDA REPETIU O MESMO NA SEGUINTE?!). Esteves tentou rapidamente mudar de assunto, mas a confiança(?) que o atingira mal chegou ao edifício ainda estava presente, pelo que o à-vontade era tanto que passou a entrevista toda a rir-se, ao ponto de uma das senhoras que o estava a entrevistar perguntar porque é que ele tanto se ria.
Para finalizar em beleza, pediram ao Esteves que dissesse, num minuto, porque é que havia de ser escolhido para o emprego, ao que ele em 20 segundos disse os habituais adjectivos e caracteristicas que todos dizem, finalizando com a seguinte frase “E EU NÃO SOU UM BICHO”. Ok, esta frase deixou todos perplexos e Esteves mostrou que tem a capacidade de piorar as coisas que já estavam mais que complicadas. Depois de explicar a sua ideia de bicho, lá abandonou a sala, cheio de confiança que tudo tinha corrido da melhor forma, ainda que com alguns percalços.
Trouxe-vos esta história porque é óbvio o dedo de Lúcifer nas nossas vidas e em particular na vida do pobre Esteves, já que na entrevista em que este mais se empenhou, o nosso pequeno (grande) Belzebu tratou do resto, fazendo com que tudo corresse ainda pior do que o esperado.
É caso para dizer:
Esteves, há horas do diabo!

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