segunda-feira, 18 de julho de 2011

Colchão Voador

É um avião? Não! É um pássaro? Não! É o Super-Colchão!!!

Esta história passou-se há muitos anos atrás num apartamento distante, muito distante.

Vivia eu do outro lado da cidade, num apartamento partilhado com pessoal das faculdades, até que num belo dia um colchão voou, quase literalmente.

Há pouco tempo, o apartamento situado algures na Invicta tinha recebido um novo hóspede. O antigo tinha saído em circunstâncias pouco claras, mas podemos extrapolar algumas razões, se eu vos disser que ele era natural de Chelas.
O colchão que ficara abandonado no centro do quarto, já desbotado, era o habitat de famílias de pulgas, que saltavam alegremente. O novo inclino ao depara-se com a situação deportou o colchão para a varanda da casa, substituindo o velho colchão por um novo insuflável. Colchão esse que teve um triste final, pois teve um encontro imediato de terceiro grau com uma ponta de cigarro acesa. As pontas de cigarros são o flagelo da irmandade do colchão insuflável, todos os anos morrem dezenas de colchões devido a falta de cuidado dos deitados. Faço um apelo a todos os fumadores para respeitarem o colchão insuflável, eles têm direito a ter uma vida cheia!!!

Voltando ao colchão pulguento situado na varanda. Este permaneceu lá esquecido durante duas estações do ano, onde a chuva e o granizo estiveram bem presentes. Com o intuito de remover o colchão da varanda e fazer-lhe o devido funeral contactámos o senhorio da casa: Então Sr. Manel, que fazemos com o colchão da varanda?Ao que ele responde: "Atirem-no lá para baixo!"

Ficamos em choque! Pois vivíamos num sétimo andar! Nós que tínhamos medo de sacudir a toalha da cozinha, na varanda, com receio que alguma migalha fosse parar à janela dos vizinhos. Íamos agora lançar um colchão do sétimo andar, sujeito a que este com uma rabanada de vento entrasse por uma sala de jantar? A ideia que parecia estapafúrdia ao princípio da tarde, após um jantar regado com bastantes minis pareceu fantástica. Éramos 4 os habitantes da casa, fizemos um plano e começámos a pô-lo em prática. Duas equipas: dois elementos responsáveis pelo lançamento do colchão, e os outros dois na zona de aterragem do mesmo, esperando que este não caísse na cabeça de nenhum peão. Isto passou-se às duas da manhã, hora em que dificilmente haveria peões na rua. Após o recurso ao músculo os dois elementos lá conseguiram erguer o colchão e lançá-lo em direcção ao abismo. uuuuuuuuuuuuuuuuu POW! Um estrondo enorme, ecoou no momento da queda do colchão. O Molaflex teve uma aterragem perfeita, felizmente não atingindo ninguém, nem  tão pouco invadiu uma sala de jantar de um vizinho. Nesse preciso instante estava o camião do lixo a chegar à nossa rua. Chamámos os homens do entulho que nos ajudaram a fazer o funeral do dito colchão. Eu pronunciei uma pequena oração, na altura em que me despedi do colchão: " Tu que ajudaste a descansar muitos descansa agora tu em paz, e que as tuas molas encontrem o reino dos céus"

Se na altura tivéssemos capital teríamos investido num negócio de sucesso. Seria para ser vendido nos pacotes de " A vida é bela" e seria um desporto bem radical, que consistiria em: amarrar uma pessoa a um colchão e atirá-la do sétimo andar. Resultado: adrenalina máxima, pois qual é o desporto radical onde há 50% de chances de sobreviver? Se o colchão caísse voltado para baixo a pessoa morreria, voltado para cima viveria, isto se o colchão não estivesse viciado ( os da ideia casa tem aspecto de ser viciados ).

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