quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Fabulosa Fábula da Tartaruga e do Urso.


Estimados amigos, conhecidos, ou simplesmente visitantes deste blogue, hoje vou profanar este espaço sagrado de contemplação ao Diabo, escrevendo sobre um dos maiores contadores de histórias de todos os tempos, Jean La Fontaine. Francês de nacionalidade e natural da Bairrada Francesa (zona de Champagne), La Fontaine era, como o seu pai, inspector de águas. Ou seja tinha um tacho, ou em francês um tachê, antes de se tornar conhecido pela arte da sua escrita. Com ligações bem próximas à nobreza e à realeza gaulesas, perto destas pôde desenvolver todo o seu talento ao serviço da boa poesia e da boa prosa, já para não referir as suas famosas fábulas. Em 1668, foram publicadas as suas primeiras fábulas, num livro intitulado “Fábulas Escolhidas”. Muitas das suas estórias têm um espírito, cujo o núcleo poderá ser extrapolado para os nossos dias. A minha favorita e talvez a mais conhecida das suas criações terá sido a fábula da Lebre e da Tartaruga. 

A recordação desta fábula chegou à minha mente, quando estava a ler um artigo de um semanário da nossa praça sobre tartarugas. Não é um tema muito abordado, mas acho importante ser espalhado, pois trata-se de um verdadeiro escândalo o que se passa com as tartarugas e os cágados deste país.

A notícia relatava que várias tartarugas americanas, que tem a carapaça com o padrão de cores do Capitão América, (as mais comuns que se compram nas lojas de animais para se terem em cativeiro) nos últimos anos têm sido abandonadas em lagos e em ribeiras, pondo em causa a sobrevivência das espécies autóctones que vivem nesses habitats. A espécie mais ameaçada tem sido o cágado lusitano.(Não confundir com a espécie que nos últimos meses tem tido um crescimento exponencial, o lusitano cágado).

Isto faz-me lembrar outra fábula, a fábula do Coelho e da Ursa Albina da Alemanha. Parece que esta Ursa além de ameaçar a sobrevivência do Coelho de Capoeira, tem ameaçado também os Cágados Lusitanos. Ainda não acabei de ler esta fábula, mas estimo que poderemos retirar muitas conclusões morais no final desta história.  

Agora a sério, e voltando aos animais propriamente ditos ( ou continuando com os animais propriamente ditos), acho uma falta de responsabilidade e mesmo uma sacanagem (tenho visto demasiados episódios da novela Gabriela, desculpem!), abandonar animais, sejam eles cães, gatos, porcos, periquitos, tamanduás ou tartarugas. Não se esqueça os animais não escolhem os seu donos! 
Esta última frase soou a publicidade institucional, o que me lembra uma boa nova desta semana, haja uma: parece que a RTP2 vai continuar. 

Se os animais escolhessem os donos poderia ser engraçado. Já estou a imaginar programas tipo ídolos, onde o Júri seria constituído por cães e os pretendentes a donos tinham de realizar tarefas relacionadas com o tratamento de cães, como o acondicionar do coco no saquinho, a escovagem do pêlo ou simplesmente o passeio. "Acha que e isso é maneira de fazer festas? As festas fazem-se com as pontas dos dedos, não com a palma das mãos. Desculpe não vai passar à fase do Canil do Tivoli".  

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