terça-feira, 5 de maio de 2015

1º de Maio, dia do Poupador

Na sexta-feira a tradição manteve-se, no primeiro dia do mês de maio,os portugueses saíram à rua para festejar... as promoções das grandes superfícies claro! 

Nessa manhã tive de comprar pão (que com manteiga é tão bão, pão, pão, pão... ) e fui confrontado com um cenário de guerra logo no parque de estacionamento do supermercado. Carros pareciam chaimites, conduzidas por pessoas sedentas de promoções. Mal saí do carro observei que esta gente se deslocava como uma manada enfurecida, na direcção das portas da superfície comercial. Julgo ter visto vários consumidores equipados com coldres repletos de sacos plásticos, prontos a sacar (ou ensacar) após o pagamento. Assisti a velhotas de bandanas do Inatel na cabeça, com coletes de munições, cheios de cartões e cupões de descontos com licença para comprar.  

Lá dentro um cenário absolutamente assustador, enormes bichas, perdão, enormes filas para a secção de charcutaria, talho e peixaria. A espera chegava atingir a meia centena de clientes. Eu prefiro passear no campo ou ir à praia num feriado, mas respeito quem pratique o promoting. O promoting é um desporto em grande expansão no nosso país e que dá para praticar de várias formas: talão, cartão, voucher, desconto directo, pague 3 leve 2, são só alguns exemplos de como se pode praticar esta modalidade. E espaços para praticar promoting não faltam. No entanto, os treinos são exigentes. O praticante de promoting não compra nada que não esteja em promoção. " Não temos papel higiénico em casa? Só daqui a duas semanas estará em promoção, até lá limpas o rabinho a estes folhetos do (in)Continente e às dicas da semana que trouxe do Lidl, filho!"

Os carrinhos de compras eram tantos que os arrumadores estavam dentro do supermercado e não no estacionamento. " Menina, tem ali um lugar na secção dos frescos, dê-me uma moedinha". Verdadeiros engarrafamentos surgiam nos corredores, sendo as prateleiras  rotundas e as caixas portagens. Já devia existir um sistema de leitura de compras, onde o cliente passasse pelo pórtico como nas portagens e  o valor das compras descontado através de um sistema do tipo via verde (acho que para a semana vou ao Shark Tank com esta ideia)

Na hora de pagar, a banda sonora era a chinfrineira do "pupupu" dos leitores de códigos de barras. E enquanto esperava e desesperava na fila, fui criando na minha mente misturas de músicas pimba com os "pupupus": 

- Pupupu, mexe o Pupupu - Remix de Taiti, Mexe o Tutu
- Eu olho para a esquerda e Pupu-pupu, eu olho para a direita e Pupu-pupu - Remix de Ruth Marlene, Pisca-Pisca
- Quero cheirar o teu Pupu, Maria, quero cheirar o teu pupu, Mariazinha deixa-me ir à casinha deixa-me ir à casinha cheirar o teu pupu - Quim Barreiros, Quero Cheirar teu Bacalhau.

Cansado e exausto consegui pagar e lá me fui embora. Esta saga lembrou-me uma brilhante mixórdia de temáticas:


O filme que recomendo nesta edição é um filme Sul Coreano que vi no feriado, Memories of Murder (2003). Um policial, salpicado com drama, comédia e suspense. Um filme cheio,  que prende até ao seu final:






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