quarta-feira, 20 de junho de 2012

O parque de estacionamento do medo

Lisboa, véspera de feriado, nem o calor nem o frio demonstravam supremacia, numa calma noite primaveril. Combinado tinha com amigos jantar, num lugar na baixa de Lisboa. (Esta frase parecia do mestre Yoda). Resolvemos ir de carro, uma decisão que se veio a revelar errada, pois estacionamento é algo que escasseia naquelas bandas da cidade das sete colinas, ainda mais numa noite daquelas. O parque de estacionamento, que o dono do carro conhecia estava lotado, por isso resolvemos ir para um ligeiramente mais acima.

Entrámos no parque, tudo nos pareceu normal, mas repentinamente, fomos ultrapassados por uma miúda rechunchudinha ao nível do pernil, algo que distraiu a condução do meu amigo. A rapariga do vestido cai cai e de pernas cai cai, dada a banhoca, simpaticamente nos indicou que não havia lugar naquele piso.
Perguntámos ao porteiro, e este indicou que haveria lugares no piso 3, no entanto estávamos no piso 1 e não havia rampa, para um piso superior. Demorámos a perceber, que a numeração estava invertida, ou seja, o piso 3 era na verdade o -3. E a dificuldade maior nem foi perceber isso, foi mesmo ir para o piso 3. A ladeira que dava acesso a este piso, era apertadíssima. Ora vejam:



Se isto vos parecer um buraco na parede, estão certos. Para que os carros conseguirem passar, a parede tinha uma ligeira concavidade, claramente feita artesanalmente. A rampa funcionava nos dois sentidos, ou seja existia a possibilidade de dois carros em sentido contrário se encontrarem. 

Com alguma dificuldade conseguimos estacionar, primeira etapa superada. Segundo desafio: Encontrar o acesso à rua. Eis as indicações existentes:








Algo absolutamente terceiro mundista, este tipo de indicação. Este cenário era perfeito para um filme de terror e dos bons. Confesso que fiquei sem perceber bem estes avisos. Será que a indicação da folha de cima estava fora de serviço, ou seriam os elevadores? Enfim....
Lá entrámos nos elevadores e o aspeto, estava de acordo com a restante decoração do parque, ou seja suja e estragada... Se calhar é vanguardista, ora reparem nos interiores e nos acabamentos dos ascensores:




Não foi a minha esbelta figura que partiu os vidros, eles já estavam assim. Mas pelo menos puseram fita-cola na racha ...( esta frase não soou lá muito bem é melhor refrasear). Mas pelo menos puseram fita-cola na fissura.
A custo e apesar das tétricas informações, conseguimos escapar ilesos do parque e fomos jantar. Correu tudo bem foi uma noite agradável.
Quando decidimos ir para casa e voltar ao parque ainda tínhamos mais uma tarefa, pagar pois claro. E não foi nada pouco, a aventura devia estar incluída. Mas como pagar é uma coisa perigosa vejam as indicações existentes relativamente à localização da máquina de pagamento:


A câmara de Lisboa devia utilizar estas imagens numa das campanhas para sensibilizar as pessoas, a não levarem o carro para a baixa. E até pensei num slogan em formato de quadra: Vá de transportes ou a pé para a baixa, não seja lerda! Pois os parques de estacionamentos alem de serem caros são uma valente mer**! Estes versos vão direitinhos para o meu Manjerico de S. João!


PS: Queria agradecer, a colaboração do Motorista Gil e da Fotógrafa Ana.

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